Eis que ontem me acordo para ir trabalhar e me encaminho para meu banho matinal... Tomo-o, me deliciando com a sensação agradável a água, e preparo-me para mais um dia quente de já-quase-verão...!
Eis que quando volto ao quarto, para me vestir. Vou até a porta da sacada, abro-a e deixo a luz da manhã entrar, com aquele ar de "novo dia"... Então, dou a volta na cama e sento-me perto da cabeceira para pegar minhas roupas no cabide. Pego minhas meias e... num revesgueio de olhar, olho para o lado, para minha lâmpada de cabeceira e o que vejo...?!?
Sim, sim, o pequeno passarinho do título...! Um pardalzinho, paradinho, ao lado da minha luminária, me olhando com olhos assustados de passarinho - também só poderiam ser de passarinho mesmo, né?
Bem. Intrigado do COMO ele poderia ter vindo parar ali, preferi nem tocar nele. Continuei me vestindo, agora com movimentos mais suaves, para não assustar o bichinho... Uma vez vestido, levantei-me e resolvi tentar pegá-lo.
O pardalzinho não ofereceu a menor resistência. Deixou-se pegar e ficou na minha mão como um pequeno brinquedo. "Hum"... pensei eu, "Ele deve estar doentinho, pra estar assim tão plácido e se deixar pegar"... Ou isso, ou imaginei que se tratava de um filhote. Mas como passarinhos são sempre pequenos, não consegui distinguir se era filhote ou não...
Buenas, continuei sem saber o COMO ele foi parar sentadinho ao lao da minha luminária de cabeceira... Não teria como ter entrado sem eu ver, quando abri a porta da sacada... Ou teria?? Não parecia possível. Até porque, quando o vi, ele estava paradinho, imóvel, como se simplesmente já estivesse ali a algum tempo... Isto se transformou num mistério insondável.
Com a pequena ave na mão, fui até o quarto de minha mãe mostrar o bichinho... Ela achou curioso mas... voltou a dormir, rsrsr....!
Então, sem saber o que fazer com o pequeno passarinho, depositei-o num vaso de plantas aqui da minha sacada. Esperava que, assim ele, sei lá, se recuperasse ou tivesse deu derradeiro destino de morte... Eu tinha que ir trabalhar. Foi o que fiz.
Durante o dia, falei com a Chel no telefone, que disse que o passarinho iria morrer se deixado lá, aí pedia a ela que ligasse pra minha mãe pra ela ver o bichinho. E mais tarde soube que a mãe havia tentado dar água ao filhotinho e farelinhos de pão. Depois disse que colocou ele de volta na sacada, e que apareceu outro passarinho (a mãe do pequeno, segundo ela), que ficou fazendo "festa" pra ele, tentando dar comida a ele, etc...
No final da tarde eu peguei minha filha pra um cineminha e, na volta, ela estava ansiosa para ver o passarinho!! Chegando em casa, a mãe anunciou que ele estava no meio dos galhos de uma das árvores da sacada. Depois de encontrá-lo, Letícia curtiu o bichinho, gravando ele com o celular e dando água pra ele com uma pipeta...
Depois de levar Lelê pra casa, fui ajudar a Chel na correção de provas dos colégios dela... Nisso o tempo começou a virar e choveu. Chel lembrou do passarinho e ligamos pra mãe tentar pegar o bichinho na sacada, senão ele iria certamente morrer de frio e molhado da chuva...
Quando voltei pra casa, mãe disse que ele ficou "contentinho" de sair da chuva, que piou, que perambulou pela sala, etc... E que agora estava paradinho, quietinho, num canto de um móvel. Então eu o peguei e coloquei debaixo da minha luminária, no quarto, onde fiz uma espécie de "ninho" para ele... Lá ele ficou e, aparentemente, dormiu.
De manhã, já acordei podre, podre de uma infecção intestinal que se mostrava iniciando ontem à noite... O bichinho já havia saído do "ninho" e piava incessantemente num canto do quarto... Como eles gostam de "cantos"... Claro né? Passarinho... Canto... Tudo a ver....
Bom, depois de correr para o banheiro e de me esvair em líquido, voltei ao quarto, meio zonzo. Catei a avezinha piante e abri a sacada... Parecia que já havia "algo" eperando por ele lá fora... E estava mesmo... A provavelmente "mãe" dele o esperava, nervosa, pulando de galho em galho...! E assim que eu larguei o pequeno em um galho das arvorezinhas daqui, e saí de perto e de vista, ela se aproximou...
O pequeno balançava suas jovens asinhas como que ensaiando vôos... Dava pra ver que era uma questão de tempo para ele "crescer" o bastante para tomar conta de si...! :o)
Cansado e dolorido da infecção, sucumbi à cama. Não teria condições de sair, trabalhar... Doia tudo. Parecia quem um caminhão, um "fê-nê-mê", como meu pai dizia, havia me atropelado..! Durante o dia, à tarde, levantei e observei o filhote na sacada. Ele seguia saltitante, querendo voar... Depois, determinada hora, dormi de novo e quando despertei, só silêncio... ou ele estava quietinho, ou... E era o
"ou" mesmo...! Não estava mais lá, ali na sacada. Talvez tenha conseguido voar. Talvez tenha "tentado" e caído para o jardim do térreo... Não sei. E também, não me preocupei. A vida segue seu curso. Eu dei uma mãozinha no que deu... Agora, que a Mãe Natureza faça sua parte.
B.
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