sábado, 1 de dezembro de 2007

Tudo Aquilo Que Não Deveria Ser...


Tu, ser das trevas, criatura da enganação...

Tu és o pesadelo que paira por sobre nós, pobres homens, meros peões de teus pseudo-domínios maléficos, de teu desejo de usufruto eterno...

Tu, cuja beleza pretendida e nunca obtida foi tragada pela fumaça negra que exala de tua própria maldade...

Tu, que te dizes Senhora da Verdade mas que na verdade vestes o manto da discórdia e és a Rainha da Mentira, poluíndo corações e mentes com tuas meias-verdades...

Tu, que te alimentas da mesquinharia e do auto-compadecimento pela cegueira de teus próprios atos...

Tu, neta da loucura, cria da pobreza de espírito cuja cegueira é incapaz de enxergar tuas próprias chagas...

Tu, cuja sede do poder de dominação manipuladora se equipara aos piores criminosos encarnados que já pisaram neste mundo mundano...

Tu, máscara da amargura, que sorri em escárnio de algoz, tremendo de prazer ante o poder pário da guilhotina e do machado das relações...

Tu, espírito do rancor, que te vanglorias da distância e desconfiança...

Tu, mártir da amargura, que insiste em infligir crime e castigos em sementes de tua própria plantação...

Tu, que regas sempre com sangue podre a árvore já seca do que poderia ser uma planta viçosa, mas que tua ira afiada em forma de faca, sempre poda todos os ramos que poderiam florescer...

Tu, cujo espírito cego não permite ver que teus próprios erros, quando condenas os de outrem, com um dúbio poder de justiça que apodrece ao ser verbalizado em tua boca...


Tu jamais terás a paz ou a absolvição, conquanto não te baixes à terra, ao chão e te coloques como Homem, como SER, como igual, e não como além, e não como receptáculo das diretrízes do mundo, como mola mestra da engrenagem que move outras relações advindas ou não de ti...

Desce de teu pedestal de areia, encara a realidade ou alça vôo de uma vez, e sai desta vida para entrar na história... Uma história há muito encerrada, e que insistes em manter viva, para talvez poderes ter algozes particulares, a quem culpar e odiar...

Teu ódio será tua herança.


B.