quarta-feira, 21 de novembro de 2007

"Atitude" ou "Assim como são as pessoas, são as criaturas, o ser humano, o elemento"...

Recebi este texto por email e achei interessante... Vou deixá-lo aqui, como introdução, e sigo na minha linha de pensamento após ele...

ATITUDE!

Uma mulher acordou uma manhã após a quimioterapia , olhou no espelho e percebeu que tinha somente três fios de cabelo na cabeça.
- Bom (ela disse), acho que vou trançar meus cabelos hoje.
Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça.
- Hummm (ela disse), acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje.
Assim ela fez e teve um dia magnífico.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.
- Bem (ela disse), hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.
Assim ela fez e teve um dia divertido.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.
- Yeeesss... (ela exclamou), hoje não tenho que pentear meu cabelo.

ATITUDE É TUDO!

Seja mais humano e agradável com as pessoas. Cada uma das pessoas com quem você convive está travando algum tipo de batalha. Viva com simplicidade. Ame generosamente. Cuide-se intensamente. Fale com gentileza. E, principalmente, não reclame. Se preocupe em agradecer pelo que você é, e por tudo o que tem! Reflitam...!!!

Bom... Este pequeno texto, somado a recentes acontecimentos pessoais, mais uma visita casual (mas profundamente sintomática e relevante) a um centro espírita ontem, me fazem refletir, como convida o texto, sobre algumas coisas...

Bom, primeiro, a questão da "atitude"... "Atitude" é uma palavra muito em moda recentemente, vinda de uma palavra da Língua Inglesa "attitude", que quer dizer algo como "comportamento" ou "posicionamento" de alguém frente a alguma coisa... Atitude é uma forma de encarar uma situação - coisa que também se encaixa com a palavra na Língua Portuguesa, mas que nunca havia sido usada desta forma com tanta freqüência...

As vezes é difícil ter uma boa "atitude" frente às dificuldades normais do dia a dia da vida. Muitas vezes... Afinal, estamos neste mundo de passagem, aprendendo. Como possíveis almas (ou espíritos) reencarnados, viemos a esta existência para evoluir, para resolver problemas, pendências, para crescermos, até talvez atingirmos um estágio mais "pleno", que nos permita ir para, quem sabe, outro plano existencial, diferente deste, onde talvez tenhamos uma "vida" completamente diferente desta... Não sei se uma vida "perfeita" ou livre de qualquer coisa que "nesta vida" possa ser encarada como sendo "sofrimento", mas se a Humanidade é um organismo em evolução, tanto física quanto espiritualmente, quem sabe se este outro plano dimensional, esta outra vida, não seja realmente um tempo diferente do nosso aqui, com coisa que sequer possamos imaginar, conceber ou compreender...

Estranhamente, eu acredito nisso. Acredito, dentro do meu grau de ceticismo frente ao "oculto", frente ao "mundo mistico" que rege qualquer elemento além da compreensão humana normal... Ou seja, eu acredito, sempre dentro de um coeficiente saudável de ceticismo, de um determinado grau de dúvida, que não impele ao fanatismo e compele a talvez uma busca pela compreensão maior - coisa que é obviamente inalcansável e que, como se sabe, a resposta é "o caminho", é "o processo"...

Dito isso, nesta palestra no centro espírita que assisti e participei ontem, casualmente (ou não...) o irmão que lá palestrava, falava justamente sobre uma passagem de tolerância e aceitação, ainda que não seja simplesmente apatia e submissão, mas a ATITUDE frente às dificuldades inerentes ao estar vivo e a COMPREENSÃO dos possíveis limites dos outros.

Quando saímos do nosso "eu" normal do dia a dia, e caímos na tentação de nos rebelarmos contra alguém, por discordância, por não entender o outro ou por nos acharmos "melhores" que os outros, saímos do nosso "eixo vital", acho eu. E segundo o irmão palestrante lá do centro espírita, versando sobre as palavras ditadas por outros irmãos desencarnados (pessoas que já morreram e que já estão, segundo a doutrina espírita, neste outro plano existencial...) é exatamente isso. Perdemos nossa "humanidade", nossa capacidade de amar, de respeitar, e provamos, fisicamente, que ainda não somos evoluídos. Não espiritualmente, nem em qualquer outro aspecto, acho eu.

Infelizmente, fazemos isso. Caímos nesta tentação, porque somos "TENTADOS" pelas dificuldades do dia a dia, dos maus relacionamentos, das más energias, ou até mesmo, novamente segundo a doutrina espírita, podemos ser "atacados" em nossa ENERGIA VITAL por "espíritos obsessores", que são aqueles que, já desencarnados, não compreendem que já morreram ou que estão presos à este mundo, a esta existência, por medos, vontade de não ir, desconhecimento de seu estado...

Estes "espíritos" andam entre nós. Nos rodeiam, nos atentam, nos sugam as energias. E, muitas vezes, sucumbimos ao "mal", como se convenciona dizer. Na verdade, não é um "mal" mas uma energia "negativa", conflituada, que não vibra em harmonia com o Todo... E nisso, nos perdemos. E quando nos perdemos, saímos do nosso prumo, berramos, gritamos, somos estúpidos e perdemos nossa consciência, nosso senso de realidade, de bom senso, de educação e, em suprema instância, de AMOR, a nós mesmos e aos que nos interpelam.

Esta palestra, do centro espírita, parecia que era direcionada a mim. Eu senti isso. Era como se eu TIVESSE que estar lá. E estava. E ouvi. E ao passo que tenho em mim a MINHA VERDADE, a minha compreensão do mundo, dos fatos e dos acontecimentos ao meu redor e que regem minha vida, meus sentimentos e sofrimentos, senti que muitas vezes, infelizmente, reagimos tão mal a coisas tão pequenas, que acabamos perdendo muito mais do que se simplesmente fizéssemos como prega a doutrina espírita - e tantas outras também - de amar as pessoas, de perdoar, de compreender (ou ao menos tentar) que nem todos somos realmente "iguais"...

Somos IGUAIS, sim, em humanidade, em capacidades, em qualquer coisa que possa ser "humana" num sentido geral, mas somos DIFERENTES em visões, em histórias de vida, em capacidade de compreensão do mundo e, em se analisando sobre a ótica que estou usando aqui, talvez sejamos diferentes em ESTÁGIOS evolutivos não-humanos, ou seja, espirituais...

Quando penso nisso, penso também no quando cada um de nós, eu, você, todos, temos "VISÕES" diferentes e análises diferenciadas do mundo ao nosso redor. E se não buscamos FERRENHAMENTE aceitar (...ao menos "aceitar"...) as opiniões e diferenças dos outros, a possibilidade REAL de que ninguém pensa exatamente igual nem divide os mesmos conceitos, nem concorda em 100% com o que cada outra pessoa pensa, a vida realmente pode se transformar em um "INFERNO".

Infelizmente também, quando nos sentimos atingidos, ou quando os outros se CONSIDERAM atingidos por nós em qualquer plano (físico, moral, ideológico, etc), a tendência é a reação contrária imediata, a "resposta", a NEGAÇÃO. Isto porque nem sempre estamos dispostos a ENTENDER as outras pessoas e, vice-versa, nem elas a nos. E aí se desencadeia uma QUEBRA na energia compartilhada no ambiente, na vida, no relacionamento, seja ele qual for, e tudo vira uma grande, grande bagunça...

Diz o ditado que "herrar é umano", rsrs, e quantas vezes não nos pegamos pensando "no que fazer" quando situações aparentemente limítrofes se desmoronam na nossa frente? Quem não tem "dúvidas" sobre o que fazer, o que é "CERTO" ou se o SEU "certo" não é mais certo que o "certo" de alguém.

Na realidade, QUALQUER certo é puramente convencional; é uma convenção dada pela realidade individual, pela capacidade maior ou menor de compreensão ou discernimento de alguém frente ao ambiente ao seu redor e toda a sua história de vida. ATITUDE... de novo.

E quantas vezes não somos punidos por terceiros, que se consideram atingidos em "SUAS VERDADES", porque nelas NÓS é que somos os errados...? Certamente muitas. Cada um de nós, eu, você, sua mãe, o vizinho, cada um tem sua "VERDADE" particular e estabelece seus preceitos "maiores" ou "menores" do que é ou não importante, relevante, certo ou errado.

E vamos vivendo tentando atingir a plenitude da Vida, sendo "felizes" - ou ao menos o "tão felizes quanto possível", dentro de nossas possibilidade e do quanto compreendemos ou lutamos ou não com o mundo ao nosso redor...

E então, devemos LUTAR contra as injustiças - apesar de a "JUSTIÇA" ser um conceito basicamente Humano e cultural, social e normalmente muito, mas muito parcial - ou simplesmente PARARMOS e analisarmos se EU ou VOCÊ é que não está errado...? OU, se não estiver errado, se não quiser se achar errado, se não achar "correto" estar errado, será que não é possível que O OUTRO não esteja totalmente errado assim como você não totalmente certo, já que NINGUÉM é "dono" da verdade...?!?

E até que ponto alguém, se achando injustiçado, tem o direito de envolver a terceiros, espalhar a SUA verdade, como sendo a "ÚNICA e SUPREMA"...? Não será isso apenas uma demonstração de incapacidade de tentar entender a "verdade" alheia - que tem tanto direito de existir quanto aquela distorcida que está em sua cabeça, em minha cabeça, na cabeça de cada um; até porque CADA UM tem a sua realidade particular...??

Bem, eu acho que sim. E esta é "somente" a MINHA opinião. Eu sei que cada um tem direito à sua (a uma opinião) e direito à livre expressão. Mas também sei que mesmo quando me sinto TRAÍDO pela verdade, me sinto "injustiçado" por terceiros, estou sendo apenas FIEL A MIM MESMO, aos meus conceitos, à minha educação, à minha capacidade cultural de compreender o universo físico e real que se expande em minha frente...

E neste momento eu não percebo o quão Humano, tosco e falível que eu mesmo sou. Mas percebo o de alguém que esteja em conflito comigo. E a recíproca é IDÊNTICA...! Para alguém em conflito comigo, EU sempre serei o "ERRADO"...! E pra mim, será ELA...!

Como resolver este dilema? Inicialmente, eu não teria a resposta. Num primeiro momento, a minha resposta Humana, passional, sentimental, é ou seria resguardar meu EGO, meu "amor-próprio" e lugar contra qualquer coisa que conflitue. Assim age, normalmente, qualquer pessoa. Mas, num segundo momento, pensando no quanto de desperdício de boa energia imprimimos em coisas NÃO-SAUDÁVEIS e em situações que poderiam tranqüilamente ser resolvidas com PACIÊNCIA, com DIÁLOGO, com COMPREENSÃO (ao menos um MÍNIMO de compreensão do universo do outro...), penso que grande parte de nossas respostas ao outros são na verdade respostas emocionais aos estímulos deles. Não respondemos com NOSSA consciência, com nossa capacidade intelectual de raciocínio e pensamento, mas com nossa resposta emocional, pronta para nos auto-defender como um tigre prestes a pular sobre um cervo!

E, então, literalmente no "Pulo do Gato", nos deixamos levar e perdemos nosso EU... passando a responder de acordo com a energia, muitas vezes desbalanceada, de terceiros. Perdemos nossa capacidade de AMAR ao próximo, nos destruímos por destruir o outro.

Numa nota mais pessoal do que analítica, posso dizer que EU MESMO tenho meus "fantasmas"... Eu tenho meus sofrimentos, minhas chagas, as agruras que acho que sofri. Hoje, cada vez mais, conforme o tempo passa, me sinto capaz de analizar acontecimentos do passado e SENTIR o quanto cada coisa, cada acontecimento, cada desnível de energia, cada "erro" de entendimento, reflete no como eu penso HOJE... E sei de tantas outras pessoas que," linkadas" ao meu mundo, ao meu universo particular, à minha Vida, que pensam e agem da mesma forma, causando um eterno desequilíbrio em nossas vidas, sendo elas "linkadas" ou não.

Hoje, depois de ontem, depois da palestra no centro-espírita, do passe que me deixou leve, de palavras amigas e amenas de tantas pessoas que me querem bem, de pensar se mereço (relativo...) o sofrimento que me impelem, as ameças que me fazem, as injustiças (conceituais) que me dizem, as punições (cruéis e desumanas) que tentam me inflingir por muitas vezes simplesmente DISCORDAR do que eu penso ou digo ou escrevo, eu acho que não devo me ater tanto na talvez doentia psiquê dos que se acham absolutos por me acharem ABSOLUTO, quando eu mesmo me acho tão RELATIVO - tão ou tanto ao ponto de PONDERAR acerca de tantas coisas e ainda ser capaz de NÃO QUERER AGIR PASSIONALMENTE... mesmo quando TUDO o que parece RESTAR é simplesmente ATACAR para me preservar, para preservar um MÍNIMO de DIGNIDADE que tenho que é julgado (como eu já disse) "errado" pela verdade alheia...!

Afora o direito a uma opinião, eu quero pensar o bem e NO BEM, mas confesso ser difícil quando tudo o que se RECEBE DE VOLTA é o contrário, sendo dito e analisado como o contrário - porque as vidas são contrárias, as opiniões são contrárias, as energias são contrárias...! E quando isso acontece, talvez tudo que reste seja, justamente, a ATITUDE, do início desta longa CATARSE pessoal (BLOGS são para isso, afinal)...

Posso escolher (podemos, nós, todos) entre sofrer e me desesperar, ou "perdoar e esquecer" - mas sem me amorfinar numa gorda apatia de não agir. Posso perdoar e relevar, compreendendo a limitação dos outros, vendo que também tenho os MEUS limites e que estou nesta vida justamente para CRESCER e VIVENCIAR histórias e vida o bastante para talvez, quando morrer (ou desencarnar, se preferirem) poder saber o quanto pude (ou não) evoluir...! Mas posso AGIR também, em nome da verdade que tenho como fiel à minha essência.

Se é verdade que temos uma alma imortal e infinita, que temos uma energia que transcende o aqui e o agora, e que esta vida é, de fato, um aprendizado para algo maior, eu devo tentar entender que assim como são as pessoas (cada pessoa), são as infinitas possibilidades de "verdades" e de "realidades" e entendimentos ou compreensões que temos sobre a vida e o que nos acontece.

Eu não sou o dono da verdade, mas sou o dono da minha verdade, que é boa o suficiente para mim e talvez para um pequeno microcosmo de família, amigos, relacionamentos sentimentais, cada um em uma esfera particular e mesmo em diferentes níveis de acordância e concordância.

Um dia aprendi que há infinitas diversidades em infinitas combinações, e que se deve observar isto com beleza e simplicidade. Eu juro que tento, e que estou sempre tentando e aprendendo a viver e conviver com tudo que nem sempre é ou está imediatamente de acordo com o que quero ou penso.

Não é fácil... Mas é a vida...

B.