quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Vingança... (fragmento)

"Tshock... tshock...tshock... foi o barulho que, estranhamente, fizeram as punhaadas em minhas costas.

Foi um barulho estranho, surdo, talvez silenciosa para o mundo externo, mas retumbante dentro de mim.

Numa tentativa de defesa, virei-me rápido à ponto de ver o braço ainda erguido da úlima facada, o sangue pingando da lâmina e o brilho insano no olhar daquele rosto que me fitava com um sorriso similar ao de um desenho animado: grande demais, sarcástico demais, irônico demais...

O braço erguido gritou animalescamente e desceu novamente contra mim. O punhal acertou a palma de minha mão esquerda, enquanto ainda me virava e com a qual tentava inutilmente me defender. O calor da estocada me trouxe frio. A lâmina prendeu entre os ossos de minha mão e lá ficou. Foi quando meu atacante largou-a, pois seu trabalho já estava feito.

A luz por trás do corpo não me permitia ver o rosto de quem era... somente vi o brilho do olhar sedento de sangue, o sorriso satisfeito da vingança, escancarado em um prazer de derrotar. Por trás de toda a loucura, ainda era possível ver um quase inocente rosto de mulher...

E virou-se e foi-se, num riso louco, noite à dentro, desaparecendo na névoa. Não queria minha morte. Ou queria, não sei, mas sobrvivi. Sobrevivi a mais este atentado, como sobrevivi a tantos outros. A sorte favorece aos tolos, dizem. E talvez eu seja tolo o bastante para querer continuar vivo e sendo quem sou...

Mas talvez um dia a benaventurança não esteja comigo e o acaso me pegue desprevinido, e eu não tenha a sorte para me ajudar. Talvez um dia, este dia ou outro qualquer, eu mesmo abra o peito e exponha o coração com uma tatuagem de alvo e até busque a certeza do fim...

Mas até lá estou vivo e seguirei caminhando. O caminho do bem. O caminho de quem busca sempre ir audaciosamente... a qualquer lugar."

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Buzz
(MSC)