Estrela... Estrela...
Volta e meia olham para meu pescoço e me perguntam:
- Tu é Judeu? (sic)
Isso porque ostento em meu pesoço uma corrente com um pingente de uma estrela... um pentagrama.
A maioria das pessoas confundem o pentagrama (estrela de 5 pontas) com a estrela símbolo do Judaísmo, a Estrela de Davi, a estrela de SEIS pontas...
Rsrsrs...! Eu já estou até acostumado com isso. Até porquê ninguém é obrigado a saber tudo, né? ;o)
E eu sempre respondo:
- Este é um pentagrama, uma estrela de cinco pontas. A estrela dos Judeus tem seis pontas...
Normalmente isto basta para terminar a dúvida da pessoa e a conversa pára por aí...
Entretanto, tem algumas pessoas que, mais conhecedores de alguma coisa, já vão mais fundo na coisa e perguntam:
- Tu é bruxo? (sic)
Para esta pergunta, mais capciosa, talvez, eu normalmente não respondo nada, deixo as coisas mais "no ar" porque não me considero "bruxo" nem qualquer coisa... Acho, sim, que tenho um "pézinho" em qualquer coisa mais além do aquém, coisas imateriais, coisas elementais, coisas naturais, coisas talvez além da compreensão humana, da minha própria, ao menos, mas... por hora, prefiro me ver com um "ser em construção", e não me definir como nada...
Religiosamente, a única certeza que tenho (ou que tive) foi a de ter nascido e ser batizado como Católico, onde segui até a "1ª Comunhão"... Daí em diante, com o despertar da consiência, da adolescência etc, a Igreja, como instituição, perdeu muito do seu apelo para mim... Então, muitas vezes me peguei pensando como "ateu", para só muito depois me entender mais como agnóstico... por vezes ecumênico...
Mas o elemental da estrela, o pentagrama, símbolo místico, com um significado muito maior que eu poderia expor aqui brevemente, sempre esteve comigo, depois de um tempo...
Recentemente, há alguns anos, eu me peguei vendo uma foto de tempos de criança, de colégio (aquelas fotos que se fazia antigamente - veja abaixo) e atentei para um detalhe que não me lembrava: que eu JÁ USAVA um pentagrama, aos 8 ou 10 anos de idade...!! E eu não tinha nenhuma memória disto...!!!
Até porque lembro de sempre ter sido fascinado pelo pentagrama e seus significados ocultos, místicos, muitas vezes conectados com qualquer coisa mais maléfica, fruto da paranóia dos filmes de terror dos anos 50, 60 e 70, com seus vampiros, lobisomens e uma série de criaturas "do mal" que muitas vezes eram associadas com bruxarias, feitiços, demônios e coisas assim...
E como eu gostava dessas coisas - sempre fui um apaixonado por filmes de terror, sempre gostei de sentir a adrenalina do medo contido que a telinha da TV passava, mesmo tendo as vezes pesadelos depois, rsrs - acabei sempre sendo fascinado pelo pentagrama, mesmo depois, já quando lembro de não mais usá-lo...
Mas lembro que passei a usá-lo depois de uma visita, quando pequeno, ao Rio de Janeiro dos ano 70, repleto de um misticismo ligado às práticas da Umbanda... Lembro de ter ido a um terreiro e ter sido "batizado" lá... tendo possivelmente recebido a estrela, um pingente em forma de "olho" que me lembro de ter usado também por muito tempo (para afastar o mau olhado, imagino) e tendo escolhido um santo como sendo meu...
Fui levado a um congá e mandado escolher um santo que seria o meu preferido... Lembro que escolhi uma estatueta de São Sebastião, que na época, lembro, era sempre referido como "São Sebastião do Rio de Janeiro" - talvez porque estivéssemos no Rio de Janeiro, rsrs...!
Hoje, pesquisando para este post, descobri que no Candomblé, São Sebastião é associado à entidade Oxossi, o caçador. Orixá das matas e da caça, é conhecido também por suas vitórias contra a demanda. Possivelmente então, pela minha escolha natural, eu seja filho de Oxossi no Candomblé...
Agora, nos anos de "idade adulta", me peguei voltando a usá-lo como uma necessidade inerente e natural... Meu fascínio pelo oculto , pela magia, pela religiosidade de algum tipo, ainda me busca, quase como uma coisa que precisa ser explorada em nome de uma fé que me proponho acreditar muitas vezes não ter, mas que permeia minha vida por todos os lados desde um tempo que sequer me lembro...
Como disse, nasci num berço Católico, depois passei pelo Candomblé (por coisas que não valem a pena comentar aqui, agora), e por anos convivi com o despertar da mediunidade de minha mãe, passando pelas mais diversas (quiçá inacreditáveis) situações, o que me aproximou também do Espiritismo propriamente dito.
Com tudo isso, e com minha não-vontade de me apegar a qualquer crença, me julguei e classifiquei como Agnóstico. Agnosticismo significa a dúvida perante a existência, a dúvida perante o todo, a duvida perante o ser... Agnóstico é alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder superior (Deus) não foi nem nunca será resolvida... E isto é bem diferente de qualquer noção de "ateísmo"...
Depois, mais recentemente no iniciar dos anos 2000, já andava eu "namorando" com a filosofia Budista, que não é uma religião propriamente dita, mas é tida como tal... Ainda gosto muito do Budismo e de seus preceitos, mas desisti de qualquer tentativa de seguir adiante com qualquer prática referente a isto...
E então voltei minha atenção natural novamente para qualquer coisa mais em direção ao oculto, voltei a usar o pentagrama no meu pescoço e acreditei (sozinho) que ele seria um amuleto contra más energias (estaria eu sendo levado por forças naturais, a buscar o que talvez acredite?)... Mas não fui a fundo em nenhum estudo, me mantendo ao largo de tudo... Apenas acreditando que algo, em algum momento surgiria para mim, na forma de algum conhecimento ou pessoa que me indicasse algum caminho ou me levasse a algum despertar...
Nestes últimos anos tenho conhecido algumas pessoas que se dizem bruxos e bruxas... Pessoas "do bem", que fique claro, porque existe uma terrível distorção quase natural para que qualquer pessoa que mexa ou acredite no ocultismo, em crenças talvez mais antigas que a própria antiguidade serem tomadas como "pessoas do mal"... Talvez um resíduo de tempos da Santa Inquisição, da Igreja Católica...
Algumas dessas (excelentes) pessoas que conheço ou conheci e que descobri ligadas a diferentes forma de crenças neo-paganistas, todas são pessoas queridas, sensatas, normais em qualquer sentido - como eu! - e nunca tentaram "me aliciar" a nada que eu não quisesse ou perguntasse... Ao contrário, as pessoas ligadas a crenças ou seitas menos "aceitas" pela grande população geralmente são mais discretas em falar destes assuntos. Não gostam mesmo... Mas delas recebi vez que outra algumas "dicas" de coisas que achei interessantes.
Atualmente, sinto que meu despertar para a busca do meu "eu pessoal", vem vindo... Sinto que estou começando a trilhar um Caminho, talvez tardiamente, mas talvez também no tempo certo das coisas acontecerem... porque tudo talvez aconteça quando e se tem que acontecer. E eu sinto que começo a despertar para um lado filosoficamente religioso que há muito não via em mim mesmo, começando a perceber que talvez tudo, mas tudo mesmo, esteja profundamente interligado, apesar das diferentes formas de expressão...
E enquanto vou seguindo esta minha trilha em direção a mim mesmo, lendo, buscando conhecimento, vou sempre cuidando para responder e fazer alguns a entender que minha estrela no pescoço não é a estrela da Davi, mas sim o meu belo e "simples" pentagrama, que se traduz (também) como representante dos cinco elementos componentes da natureza: a terra, o ar, a água e o fogo - e mais o espírito (às vezes chamado de éter - o etéreo, o insubstancial...), quem sabe Deus...
Buzz
(MSC)
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